domingo, 30 de outubro de 2011

HPV: vacina já aos nove anos.

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ENFERMAGEM PRESENTE

Três letrinhas entraram no cartão de vacinação infantil: HPV. Agente causador do câncer do colo do útero, o papilomavírus humano saiu dos consultórios ginecológicos para invadir as salas de pediatria e mostrar, mais uma vez, que doenças sexualmente transmissíveis não fazem parte apenas do universo dos adultos. Mães que cresceram sem a cultura da vacinação contra o HPV já podem proteger as filhas do segundo câncer que mais atinge as mulheres. A vacina, disponível no Brasil apenas em clínicas particulares, pode ser administrada a partir dos 9 anos. E é nessa fase, antes do início da vida sexual, que ela se mostra mais eficaz. Há quem aposte que, no futuro, a imunização possa ser administrada em bebês. O Recife é a cidade com mais casos no mundo. Amanhã é o Dia estadual de combate à doença.

"A estatística do Ministério da Saúde mostra que 32% das meninas e 47% dos meninos iniciam a atividade sexual antes dos 13 anos", ressaltou a professora do Hospital das Clínicas da USP e chefe do grupo de HPV, a ginecologista Elsa Pereyra. Além de conferir proteção antes do primeiro contato com um dos mais de 200 tipos de HPV, há outro motivo para vacinar meninas e meninos (sim, eles também podem) cedo. "Os jovens desenvolvem mais rapidamente os anticorpos capazes de neutralizar esses vírus", disse a especialista.

A fornecedora de cana-de-açúcar Adna Rêgo, 32, foi rápida. Levou a filha, Theresa Carolina, para ser vacinada um mês depois que a menina completou 11 anos. "Eu tive uma infecção por HPV há nove anos. Era um tipo benigno, incapaz de causar o câncer do colo do útero. Ma achei importante vacinar logo a minha filha. Se na minha época houvesse vacina, talvez eu não tivesse tido", disse Adna, que garante: o resultado compensa o valor do investimento.

Nas clínicas particulares do Recife, a vacina que protege contra dois tipos de HPV, o 16 e o 18 (relacionados ao surgimento de câncer do colo do útero), custa R$ 200, a dose. A outra, que, além desses, também protege contra os tipos 6 e 11 (relacionados ao aparecimento de verrugas genitálias benignas), custa R$ 380, a dose. Em ambos os casos, são administradas três doses em um período de seis meses. Nenhuma das duas vacinas foi incluída no calendário de vacinação do Sistema Único de Saúde. De acordo com o Ministério da Saúde, se a vacina fosse administrada na rede pública só para meninas de 11 e 12 anos, o impacto para os cofres públicos seria de R$ 1,857 bilhão. Cifra maior que todo o orçamento anual do Programa Nacional de Imunização, que é de R$ 750 milhões por ano.

O custo é alto. Mas, segundo os ginecologistas, além de ter uma eficácia de aproximadamente 100% e de não ser capaz de provocar a doença, a imunização protege a mulher de 70% a 80% dos HPVs que provocam o surgimento do câncer do colo do útero. "Às vezes é mais caro cuidar dos cabelos", comparou a ginecologista e coordenadora do Setor de Prevenção do Câncer Cervical e Vulvar do Hospital das Clínicas da UFPE, Angelina Maia, se referindo à vacina mais barata. Segundo o Instituto Nacional de Câncer, surgiram mais de 18 mil novos casos de câncer do colo do útero, em 2010, no país. Dois anos antes, a doença tirou a vida de 4.812 mulheres. Mais de mil pernambucanas desenvolvem esse tipo de câncer por ano.

Fonte: Diário de Pernambuco

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