A existência de microrganismos no ambiente justifica a aplicação de técnicas que reduzem o seu numero e propiciam maior segurança ao paciente e à equipe de saúde.
As infecções podem ser provocadas por causas ligadas ao meio ambiente, ao material, ao paciente e à equipe que o atende
O emprego das técnicas assépticas é fundamental no controle de infecções.
ANTI-SEPSIA
É o conjunto de meios empregados para impedir a proliferação microbiana.
AS PRINCIPAIS SOLUÇÕES SÃO:
PVPI (polivinilpirrolidona iodo)
- Solução degermante: degermação das mãos e braços da equipe cirúrgica, descontaminação do campo operatório.
- Solução alcoólica: anti-sepsia e demarcação do campo operatório.
- Solução aquosa: anti-sepsia de mucosa, pele, e para cateterizacao (venosa, arterial, vesical), punção, biopsia, aplicações de injeções.
CLOROHEXIDINA
- Solução degermante: idem
- Solução alcoólica: idem
HEXACLOROFENO
- Solução degermante: idem
ALCOOL IODADO 2%
- Anti-sepsia de mãos e antebraços
- Preparo da pele para cirurgia
- Anti-sepsia da pele para curativo, biopsia, punção, aplicação de injeções.
AGUA OXIGENADA 10 VOLUMES
- Limpeza e desinfecção de feridas
- Remoção de matéria orgânica
- Hemostático
- Inibe os microrganismos anaeróbicos, mas não age em esporos
NITRATO DE PRATA 1%
- Profilaxia da oftalmia gonocócica do recém nascido
- Cicatrização de pequenas lesões
- Facilita remoção de crostas, secante e desodorizante
VIOLETA DE GENCIANA
- Combate infecções por fungos
TINTURA DE IODO
- Anti-sepsia da pele
- Desinfecção de feridas cutâneas
ASSEPSIA
É o processo pelo qual se consegue afastar os germes patogênicos de determinado local ou objeto.
A transmissão pode ser:
- Direta: dispensa a participação de veículos, podendo ser através do beijo, relações sexuais, contato com a pele, por meio de secreções oronasais
- Indireta: o microrganismo é transmitido mediante: materiais ou objetos contaminados: brinquedos, louças, talheres, roupas de cama, instrumentos cirúrgicos; alimentos, água, soro, sangue contaminados; ar: ocorre contaminação principalmente do trato respiratório, através da poeira e núcleos infecciosos (pequenos resíduos de evaporação de gotículas expelidas pelo hospedeiro infectado). Vetor: o microrganismo é transmitido por um organismo vivo.
Classifica-se a assepsia em:
a) Cirúrgica: consiste no emprego de técnicas com o objetivo de não propagar microrganismos em local ou objeto estéril. Para tanto devemos:
- não falar, tossir ou espirrar sobre material estéril;
- não considerar estéril pacotes úmidos, sem data e abertos anteriormente;
- abrir pacotes estéreis com técnica;
- guardar os materiais em armários próprios, limpos, longe de poeira e insetos.
b) Médica: adotam-se medidas para evitar ou diminuir a disseminação de microrganismos patogênicos de um individuo para outro, devendo ser usada em qualquer atividade ligada ao paciente e ao meio ambiente. Pratica-se esse tipo de assepsia através de medidas:
- individuais: cada individuo deverá utilizar técnicas com a finalidade de se auto proteger e evitar ser o disseminador de microrganismos. As principais são: lavar as mãos com freqüência ao cuidar dos doentes, após chegar da rua, após assoar o nariz, antes das refeições, após eliminações. Cobrir a boca ao tossir ou espirrar; não utilizar objetos de uso individual usados por outras pessoas;
- coletivas: empregam-se métodos visando atender à comunidade. Ex: saneamento básico, eliminação de insetos e roedores, higiene ambiental, exame medico periódico, uso de papel toalha para as mãos;
- hospitalares: utilizam-se praticas especiais que abrangem:
Medidas gerais: isolamento de pessoas com moléstias transmissíveis, limpeza terminal e concorrente, não sentar nas camas dos pacientes, não colocar materiais diretamente no chão (comadre, bacia).
Degermação: é remoção ou redução do numero de bactérias na pele por meio de limpeza mecânica (escova com sabão ou detergente), ou por aplicação de preparado químico.
Limpeza: consiste na lavagem com soluções detergentes ou desincrostantes, enxágüe e secagem do material;
Esterilização: é a destruição ou eliminação de todos os microrganismos na forma vegetante ou esporulada. O material limpo e seco poderá ser esterilizado por vapor saturado sob pressão (autoclave convencional, autoclave a alto vácuo), calor seco (estufas), gás químico (autoclave de oxido de etileno) ou preparações quimicas (solução de glutaraldeido 2%, solução de formaldeído aquoso 10%, solução de formaldeido alcoólico 8%, pastilha de paraformaldeido).
Desinfecção: é a destruicao ou inativação de microrganismos, patogênicos ou não, situados fora do organismo humano, não necessariamente matando os esporos. O processo de desinfecção pode ser realizado pelo calor (água em ebulição) ou por soluções químicas (álcool 70%, hipoclorito de sódio, fenol sintético e as soluções esterilizantes).
Observação: as soluções esterilizam quando os materiais ficam imersos 18 horas na solução de formaldeido ou 10 horas na glutaraldeido; essas mesmas soluções desinfetam o material em 30 minutos de imersão;
Descontaminação prévia: antes de iniciar o processo de limpeza, os artigos contaminados por matéria orgânica (sangue, pus, secreções corpóreas) são expostos a água fervente ou produto químico por 30 minutos; tem por finalidade proteger as pessoas que procederão à sua limpeza;
Desinfecção: é a destruição ou exterminação de insetos, roedores ou outros transmissores de infecções ao homem;
Sanificação: é a redução do numero de germes a um nível isento de perigo. As principais são o hipoclorito de sódio e as associações de quaternários de amônio.
MANUSEIO DE MATERIAL ESTERILIZADO
Ao manusear o material esterilizado com técnica asséptica, deve-se obedecer a algumas normas a fim de mantê-lo estéril:
- é fundamental lavar as mãos com água e sabão antes de manusear o material esterilizado;
- utilizar material com embalagem integra, seca, sem manchas, com identificação (tipo de material e data da esterilização);
- trabalhar de frente para o material;
- manipular o material ao nível da cintura para cima;
- evitar tossir, espirrar, falar sobre o material exposto;
- não fazer movimentos sobre a área esterilizada;
- certificar-se da validade e adequação da embalagem;
- trabalhar em ambiente limpo, calmo, seco e sem corrente de ar;
- manter certa distancia entre o corpo e o material a ser manipulado;
- obedecer os demais princípios de assepsia.
A técnica de enfermagem preconizada no manuseio de material esterilizado é:
a) Pacote:
- abri-lo, iniciando-se pela extremidade oposta ao manipulador;
- proteger o material exposto com o campo esterilizado que o envolva;
- tocar com as mãos somente na parte externa do pacote;
- não guardar como material esterilizado um pacote aberto anteriormente;
b) Seringa de vidro
- abrir o pacote conforme explicação anterior;
- manter estéril a parte interna do êmbolo, a parte interna do cilindro e a ponta da seringa;
- pegar a seringa pela parte externa do cilindro e encaixar o êmbolo, segurando-o pela parte terminal.
c) Seringa descartável
- rasgar os invólucros no local onde se encontra a parte terminal do êmbolo;
- manter estéril a parte interna do êmbolo, a parte interna do cilindro e a ponta da seringa.
d) Agulha comum
- escolher o calibre desejado (escrito no canhão da agulha);
- retirar o algodão protetor do tubo de vidro, segurar o tubo e virá-lo de encontro à ponta da seringa;
- retirar o tubo e fixar adequadamente a agulha à ponta da seringa, através do canhão (única parte da agulha que pode ser manipulada);
- manter a agulha protegida até o momento do seu uso.
e) Agulha descartável:
- abrir o invólucro no sentido canhão-bizel ou rasgar lateralmente próximo ao canhão;
- fixa-la à ponta da seringa através do canhão;
manter a agulha protegida até o momento do seu uso.
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