quarta-feira, 9 de maio de 2012

Sem vacina ideal, aids deve se tornar uma doença crônica.

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Desde a descoberta do HIV, em 1981, a aids vem sendo combatida em duas frentes: a criação de medicamentos antirretrovirais capazes de inibir a reprodução do vírus e o desenvolvimento de vacinas que possam prevenir e, quem sabe, curar a doença.

A primeira frente tem sido bem-sucedida, apesar das limitações naturais dessa forma de terapia. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que, em 2009, 33,3 milhões de pessoas ao redor do mundo viviam com o vírus HIV, e as mortes por aids, naquele ano, atingiram 1,8 milhão de portadores da doença — 1,1 milhão a menos que em 2000. No último dia 12 de outubro, um estudo publicado no periódico British Medical Journal revelou que a expectativa de vida entre pacientes ingleses com HIV, no período de 1996 a 2008, aumentou em 15 anos. O resultado positivo deve-se muito ao fato de os pacientes ingleses, assim como os brasileiros, terem amplo acesso aos antirretrovirais.

Na segunda frente, a das vacinas, sempre houve pouco o que comemorar. Ao longo do tempo, várias vacinas foram testadas. "Mas ou não funcionaram, ou protegeram muito pouco", afirma Esper Kallás, médico infectologista e coordenador do comitê de retroviroses da Sociedade Brasileira de Infectologia. A baixa proteção caracterizou os resultados da vacina RV 144, testada na Tailândia e cujos dados foram divulgados no final do ano de 2009. Após chegar à terceira fase de testes (o que tornou o estudo o mais extenso já feito), o estudo conseguiu proteger 26% dos voluntários de uma infecção, porcentagem considerada baixa.

"Não vale a pena investir em uma vacina que protege nessa proporção. Embora 26% de proteção pudesse ser capaz de ajudar a situação na África, por exemplo, ainda existem medidas preventivas muito mais eficazes, como a circuncisão", afirma o infectologista e professor da Escola Paulista de Medicina, Ricardo Shobbie Diaz. Em julho de 2011, um estudo apresentado em conferência internacional sobre a aids, em Roma, revelou que essa cirurgia pode diminuir o risco de infecção de HIV em até 76%.

Esperança renovada — Após a última decepção, quase dois anos se passaram até que a comunidade médica voltasse a vibrar com uma nova pesquisa sobre vacina. Em setembro deste ano, o Conselho Superior de Pesquisa Científica da Espanha (CSCI) anunciou os resultados promissores da primeira fase clínica de testes de uma nova vacina em estudo publicado nos periódicos Vaccine e Journal of Virology.

Diferentemente da vacina testada na Tailândia, estudada somente para a prevenção da aids, os testes espanhóis também buscam dar uma função terapêutica à vacina — ou seja, pretendem usá-la para curar a doença. Os testes, feitos em pacientes saudáveis, demonstraram que 90% dos voluntários, após receberem a vacina, tiveram uma resposta imunológica eficaz. O próximo passo, segundo os cientistas, será testar a substância em pacientes infectados pelo vírus. "Provavelmente essa vacina, se os estudos avançarem, passará a ser usada para fins terapêuticos, e não na prevenção", afirma Diaz.

Fonte: Veja Online

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